band brasil
band USA
band espanha









nucleo_trafo95-1J.png
Figura 95-01

nucleo_trafo95-1J.png
Figura 95-02
nucleo_trafo8.png
Figura 95-03
nucleo_trafo4K.png
Figura 95-04

nucleo_trafo5K.png
Figura 95-05

figura trafo trifasico
Figura 95-06
figura corte trafo trifasico
Figura 95-07
figura corte trafo trifasico
Figura 95-08

figura corte nucleo trafo trifasico
Figura 95-09
relação entre tensão de linha e fase






formula da capitalização

Tabela 95-01
Fabricante Preço ($) Pfe (kW) Pcu (kW) CT ($)
A 30.000 4,00 9,00 38.054,60
B 35.500 3,50 7,00 42.090,85
C 28.450 5,00 11,00 38.387,70
D 28.000 7,00 15,00 43.737,30


sequencia direta
Figura 95-10
sequencia direta
Figura 95-11
sequencia direta
Figura 95-12
sequencia inversa
Figura 95-13
    "Em qualquer instante de tempo, a soma fasorial das três tensões de fase de um gerador trifásico é NULA."
    As sequências direta e inversa foram estudadas em detalhes no Capítulo 81 e, caso o leitor tenha interesse em rever, clique aqui     Fasor Trifásico.

    6.   Conexões em um Transformador Trifásico

    A nomenclatura padrão das fases de um transformador trifásico utiliza as letras maiúsculas A, B e C para representar o enrolamento de alta tensão. Já o enrolamento de baixa tensão é representado pelas letras minúsculas a, b e c.

    Cada enrolamento tem duas terminações que recebem o subscrito de 1 e 2.

    A interconexão dos enrolamentos de fase para gerar um sistema trifásico deve atender três possíveis modos alternativos de conexão: ligação delta; ligação estrela e ligação zig-zag. Cada uma dessas conexões possui duas variações. Por exemplo: uma conexão estrela pode ser feita juntando as terminações A1, B1 e C1 para formar o terminal de neutro, ficando A2, B2 e C2, como terminais de linha. Alternativamente, podemos juntar A2, B2 e C2 para formar o neutro, e usar A1, B1 e C1 como terminais de linha.

    No Brasil, em transformadores de distribuição, é comum os fabricantes representarem os terminais de alta tensão com a letra maiúscula H. Assim, temos os terminais H1, H2 e H3. E os de baixa tensão com a letra maiúscula X, sendo X0, X1, X2 e X3. Nesse caso, o terminal X0 corresponde ao neutro. Veja na Figura 95-14, a foto de um transformador de distribuição que ilustra a nomenclatura mencionada anteriormente.

trafo trifásico de distribuição
Figura 95-14

    Como o primário e o secundário podem ser conectados de diferentes formas, há pelo menos doze possíveis combinações.

    De acordo com o deslocamento de fase que existe entre as tensões de linha nos dois lados do transformador, essas combinações podem ser organizadas em quatro grupos principais, conforme discriminado a seguir.

  • Grupo 1 - deslocamento de fase - Notação: Yy0, Dd0 e Dz0.

  • Grupo 2 - deslocamento de fase 180° - Notação: Yy6, Dd6 e Dz6.

  • Grupo 3 - desloc. de fase 30° atrasado - Notação: Yy1, Dd1 e Dz1.

  • Grupo 4 - desloc. de fase 30° adiantado - Notação: Yy11, Dd11 e Dz11.

    Cabe ressaltar que essa notação é derivada da posição do ponteiro de um relógio analógico. Quando o deslocamento de fase é , subentende-se que o ponteiro está na vertical apontando para cima (aponta para o número 12 - tomado como referência - "zero"). Quando o deslocamento de fase é 180°, subentende-se que o ponteiro está na vertical apontando para baixo (aponta para o número 6, 180° da posição anterior - 6). E no caso de 30° atrasado, subentende-se que o ponteiro está apontando para o número 1 do relógio (observe que os ponteiros do relógio, quando considerados fasores, giram no sentido anti-horário). Por fim, quando há um adiantamento de 30°, o ponteiro está apontando para o número 11 do relógio.

    Conexões em transformadores é um assunto extenso. Por isso, resolvemos tratar desse tema em um capítulo específico. Para acessar, clique aqui     Conexões em Transformadores.


    7.   Conexões Possíveis em um Transformador

        Trifásico

    A maioria da potência gerada e transmitida em longas distâncias em um sistema é do tipo trifásico, isso devido a razões econômicas. Além disso, como o fluxo do terceiro harmônico criado por cada enrolamento está em fase, o tipo de enrolamento preferido é o tipo envolvente, porque fornece um caminho externo para esse fluxo. Assim, podemos afirmar que o enrolamento tipo envolvente fornece uma tensão com a forma de onda menos distorcida que o enrolamento tipo envolvido.

    Os primários e os secundários de qualquer transformador trifásico podem ser ligados independentemente nas chamadas configurações estrela ( Y ) ou triângulo (Δ). Isso significa que um banco de transformadores trifásicos pode ser montado em um total de quatro configurações possíveis de conexão:

  • 1 - Estrela - Estrela (Y – Y)
  • 2 - Triângulo - Triângulo (Δ – Δ)
  • 3 - Estrela - Triângulo (Y – Δ)
  • 4 - Triângulo - Estrela (Δ – Y)

    Essas configurações já foram estudadas no capítulo 83 - circuitos trifásicos, que pode ser revisitado em     Circuitos Trifásicos.

    Para os transformadores trifásicos, os cálculos de impedância, regulação de tensão, eficiência e outros similares são realizados tomando uma fase de cada vez. Para isso, são usadas as mesmas técnicas que já foram desenvolvidas para os transformadores monofásicos.

    A seguir, vamos discutir as vantagens e desvantagens dos tipos de ligação em transformadores trifásicos.

    A ligação triângulo também é conhecida como ligação delta. E a ligação estrela também é conhecida como ligação Y - ípsilon.


        7.1   Conexão Estrela - Estrela

    Como a maioria dos transformadores é projetado para operar no joelho da curva de magnetização, ou seja, na zona de saturação, tais projetos fazem as correntes induzidas e as forças eletromotrizes (FEMs) serem distorcidas. Isso acontece em razão do fato de que, embora as correntes de magnetização ainda estejam defasadas de 120° entre si, suas formas de onda não são mais senoidais. Dessa forma, se adicionarmos as correntes, elas serão diferentes de zero. Então, se o neutro não estiver aterrado, essas correntes são forçadas a se anular. Como resultado, elas distorcem a forma de onda da FEM, gerando harmônicos.

    Assim, os transformadores trifásicos conectados em estrela - estrela são operados com neutros aterrados, ou seja, o neutro do primário está diretamente conectado ao da fonte de alimentação. Caso o neutro permaneça isolado e uma carga desequilibrada seja conectada ao secundário, a posição elétrica do neutro se deslocará, alterando as magnitudes das tensões de fase. A aterragem do neutro no primário evita essa condição de operação inadequada.

    Para ilustrar esse fato, consideraremos os fasores fundamentais das tensões de fase balanceadas. Vamos denominá-los e1A, e1B e e1C, tendo cada fasor magnitude e1. A tensão do terceiro harmônico para cada fase é e3. Num determinado momento, suas posições relativas são ilustradas na Figura 95.10. Como a frequência do terceiro harmônico da tensão de fase é três vezes maior que a fundamental, suas posições relativas variam no tempo, deslocando a posição do neutro N'. Esse fenômeno é conhecido como neutro oscilante. Assim, a máxima tensão em qualquer fase é dada por e1 + e3. A Figura 95-15 apresenta uma série de ilustrações do fenômeno do neutro oscilante.

Deslocamento neutro
Deslocamento neutro
Deslocamento neutro
Deslocamento neutro
Figura 95-15

    Observe que os fasores das tensões são representados girando no sentido anti-horário. Para cada giro de 30°, o fasor e3 gira três vezes esse valor, ou seja, 90°. Assim, a presença de harmônicos na tensão é indesejável, pois pode gerar altas tensões no isolamento dos enrolamentos. Portanto, o uso de um neutro aterrado ou de um enrolamento delta terciário permitirá um caminho para o terceiro harmônico da corrente, garantindo assim um fluxo senoidal e uma tensão de fase senoidal.

    O circuito mostrado na Figura 95-16 é uma configuração estrela-estrela para o circuito primário do transformador. Observe que utilizamos letras maiúsculas para representar as tensões de linha e de fase. A Figura 95-17 apresenta o gráfico das tensões no primário. Nesta configuração, a tensão de linha está adiantada em 30° em relação à tensão de fase, ou seja, a tensão de fase está atrasada em 30° em relação à tensão de linha.. Por outro lado, em termos de magnitude, a tensão de linha é √3 vezes a tensão de fase.

    De forma generalizada, podemos expressar, matematicamente, o que foi dito acima através da eq. 95-02.

relação entre tensão de linha e fase
    eq.   95-02
    Devemos lembrar também que, em um circuito estrela, a corrente de linha é igual à corrente de fase, conforme a eq. 95-03.
corrente linha igual corrente fase
    eq.   95-03
Esquema elétrico fases YY
Grafico fases YY
Figura 95-16                       Figura 95-17
Esquema elétrico fases YY
Grafico fases YY
Figura 95-18                       Figura 95-19

    Nas figuras Figura 95-18 e Figura 95-19, representamos o circuito do secundário do transformador e seus respectivos fasores. No secundário, utilizam-se letras minúsculas para representar os fasores. Todas as considerações feitas para o primário também são válidas para o secundário, inclusive as equações eq. 95-01 e eq. 95-02. No estudo de conexões de transformadores trifásicos que será estudado no próximo capítulo, essa configuração é denominada de Yy0 e pertence ao grupo 1. Isso ocorre porque a tensão do secundário aponta para o número 12 do mostrador de um relógio analógico. Essa posição é tomada como referência e representada pelo número ZERO. Por isso, recebe a denominação Yy0.

    A conexão estrela-estrela é a mais econômica e possui vantagens e desvantagens. Vamos analisá-las.


    Vantagens da Conexão Estrela - Estrela
  • O número de espiras por fase e a quantidade de material isolante são mínimas, pois a tensão de fase é 1 / √3 da tensão de linha.

  • Não há deslocamento de fase entre as tensões primária e secundária.

  • É possível realizar a conexão do neutro, pois a configuração estrela - estrela disponibiliza os pontos do neutro em ambos os enrolamentos.

    Desvantagens da Conexão Estrela - Estrela
  • Sob condições de carga desequilibradas no lado secundário, as tensões de fase do lado da carga mudam, a menos que o ponto neutro da carga esteja aterrado. Essa condição é chamada de mudança de neutro. No entanto, por conectar o ponto neutro do primário ao ponto neutro do gerador, a dificuldade de mudança do neutro pode ser superada.

  • O primário do transformador consome uma corrente magnetizante que contém o terceiro e o quinto harmônicos. Se o neutro do enrolamento primário não estiver conectado ao neutro do gerador, as correntes do terceiro e do quinto harmônicos distorcerão o fluxo central e alterarão a forma de onda das tensões de saída. Porém, ao conectar o neutro primário ao neutro do gerador, o caminho para o retorno é fornecido às correntes de terceiro e quinto harmônicos e, portanto, o problema de distorção de tensões é superado.

  • Mesmo que o ponto neutro do primário esteja conectado ao neutro do gerador ou aterrado, ainda o terceiro harmônico pode existir. Isso aparecerá no lado secundário. Embora as tensões da linha secundária não contenham tensões de terceiro harmônico, as tensões do 3º harmônico são aditivas no neutro e causam corrente no neutro de frequência tripla (3º harmônico) que causará interferência no sistema de comunicação próximo.

        7.2   Conexão Triângulo - Triângulo

    Nas figuras a seguir, as correntes de fase no enrolamento primário são representadas por IAB, IBC e ICA no enrolamento primário enquanto as correntes de linha são representadas por IA, IB e IC.

    No enrolamento secundário, as correntes de fase são representadas por por Iba, Icb e Iac, e as correntes de linha são representadas por Ia, Ib e Ic.

    Atente para o fato de que o ângulo φ2, nas figuras abaixo, representa o ângulo da carga. Ou seja, φ2 representa o fator de potência da carga ou a defasagem entre a tensão nominal do transformador e a corrente de fase. Além disso, observa-se que não há diferença de fase entre as tensões do primário e secundário. Por essa razão, a conexão recebe a denominação de Dd0 e pertence ao grupo 1.

Esquema elétrico fases DD
Grafico fases YY
Figura 95-20                       Figura 95-21
Esquema elétrico fases DD
Grafico fases YY
Figura 95-22                       Figura 95-23
    Nessa configuração, após calcular a corrente de fase, podemos encontrar a corrente de linha multiplicando a magnitude da corrente de fase por √3 e subtraindo 30° do seu ângulo. Matematicamente, isso pode ser expresso através da eq. 95-04.
relação entre corrente linha e corrente fase
    eq.   95-04

    Nessa equação, θF representa o ângulo da corrente de fase e, ao subtrair 30° dela, encontramos o ângulo da corrente de linha.

    A partir do gráfico da Figura 95-23 e do circuito mostrado na Figura 95-22, podemos escrever que:

    Ia  =  Iba - Iac
    Ib  =  Icb - Iba
    Ic  =  Iac - Icb

    Nessa configuração, os componentes do terceiro harmônico da corrente das três fases encontram-se defasados entre si de 120°, totalizando 360°. Assim, esses harmônicos encontram-se em fase e circulam no enrolamento do delta do primário. Essa corrente produz um fluxo senoidal, resultando em uma tensão senoidal no secundário.

    Essa configuração é empregada em sistemas de energia em que grandes correntes e baixas tensões são utilizadas. Além disso, essa conexão é adequada quando a continuidade do serviço é necessária, mesmo que uma das fases apresente alguma falha. Quando operado dessa forma, o transformador fornece correntes e tensões trifásicas com a fase correta, mas sua capacidade é reduzida para 57,7% da capacidade nominal.


    Vantagens da Conexão Triângulo - Triângulo
  • Nesta configuração, não há deslocamento de fase entre as tensões primárias e secundárias.

  • Não há distorção no fluxo magnético, pois as componentes de terceira harmônica da corrente magnetizante fluem pelos enrolamentos da conexão delta do enrolamento primário. Dessa forma, a terceira harmônica não flui nas correntes de linha.

  • Como a corrente de fase é 1 / √3 vezes menor que as correntes de linha, o diâmetro (ou bitola) dos condutores dos enrolamentos é reduzido, gerando menor custo.

  • Esse tipo de conexão não apresenta problemas operacionais, mesmo que a carga no secundário seja desequilibrada.
    Desvantagens da Conexão Triângulo - Triângulo
  • A quantidade de material isolante é maior do que a configuração estrela - estrela, pois a tensão de fase e a tensão de linha são iguais.

  • Outro problema dessa configuração é a ausência de um terminal de neutro.

        7.3   Conexão Estrela - Triângulo
    Normalmente, essa configuração é utilizada quando se deseja reduzir a tensão de linha, como na extremidade receptora de uma linha de transmissão. Nessa conexão, o neutro do primário está aterrado.
Esquema elétrico fases YY
Grafico fases YY
Figura 95-24                       Figura 95-25
Esquema elétrico fases D
Grafico fases D
Figura 95-26                       Figura 95-27

    Conforme a Figura 95-25 e a Figura 95-27, observa-se que a tensão de linha do secundário está 30° atrasada em relação à tensão de linha do primário. O mesmo acontece para as tensões de fase do primário e secundário. Por essa razão, essa configuração é denominada Yd1. Na Figura 95-27, nota-se que o fasor da tensão Van aponta para o número 1 do mostrador de um relógio analógico. Por isso, a denominação Yd1. Essa configuração pertence ao grupo 3.

    As correntes de terceira harmônica fluem dentro da malha providenciada pela conexão delta, gerando uma forma de onda senoidal. Com isso, não há problemas de distorção na forma de onda de saída, resultando em uma forma de onda senoidal.

    Nessa configuração, podemos estabelecer uma relação entre a tensão de linha do primário e a tensão de linha do secundário. Designando V1L para a tensão de linha do primário e V2L para a tensão de linha do secundário, e considerando que "a" é a relação de transformação do transformador, obtém-se a eq. 95-05.

relação entre tensã linha e tensão fase
    eq.   95-05

    Vantagens da Conexão Estrela - Triângulo
  • Esse tipo de conexão não apresenta problemas com as componentes de terceira harmônica, pois elas são suprimidas por uma corrente que circula na conexão triângulo do secundário.

  • Essa conexão é bastante estável em relação às cargas desequilibradas, pois a conexão delta do secundário redistribui parcialmente qualquer desequilíbrio que possa ocorrer.

  • É possível providenciar a conexão do neutro no primário.

  • No lado de alta tensão do transformador, o sistema de isolamento suporta 57,7% da tensão de linha. Portanto, há uma redução no custo do isolamento do transformador.

    Desvantagens da Conexão Estrela - Triângulo
  • Por esta conexão apresentar um deslocamento de fase entre a tensão do secundário em relação à tensão do primário do transformador, isso pode causar problemas quando os secundários de dois bancos de transformadores são colocados em paralelo.

  • A tensão do secundário estará atrasada de 30° em relação à tensão do primário se a sequência de fases for direta ou ABC. E estará adiantada, se a sequência for a inversa ou ACB.

        7.4   Conexão Triângulo - Estrela

    O uso desse tipo de conexão permite que o neutro do secundário do transformador seja conectado à terra. É bastante popular como transformadores de distribuição quando é necessário reduzir a tensão para uso doméstico ou comercial. O neutro aterrado contribui para a segurança do sistema de distribuição e constitui um sistema de 4 fios. Dessa forma, esse sistema pode alimentar equipamentos trifásicos, usando as três linhas (ABC), bem como os sistemas monofásicos. Usando uma das três linhas disponíveis e o neutro, podemos formar um sistema monofásico. Assim, é possível alimentar equipamentos monofásicos como ventiladores, iluminação, rádios, televisores, computadores, etc.

    Esta configuração também não é afetada pelo terceiro harmônico, pois a conexão delta do primário suprime as correntes de terceiro harmônico.

Esquema elétrico fases DD
Grafico fases YY
Figura 95-28                       Figura 95-29
Esquema elétrico fases DD
Grafico fases YY
Figura 95-30                       Figura 95-31

    Comparando os gráficos mostrados na Figura 95-29 e na Figura 95-31, percebemos com facilidade que a tensão de linha do secundário está adiantada em 30° em relação à tensão de linha do primário. Em particular, no gráfico da Figura 95-31, percebemos que o fasor da tensão de fase, Van, está apontando para o número 11 do mostrador de um relógio analógico. Por isso, essa configuração é conhecida como Dy11, pertencente ao grupo 4.

    Por outro lado, observa-se que a relação entre a tensão de linha e a tensão de fase para o secundário é dada pela eq. 95-06.

relação entre tensão linha e tensão fase
    eq.   95-06

    Vantagens da Conexão Triângulo - Estrela
  • Esse tipo de conexão não apresenta problemas com a componente de terceiro harmônico, pois ela é suprimidas por uma corrente que circula na conexão triângulo do primário.

  • É uma conexão bastante estável em relação às cargas desequilibradas, pois na conexão estrela do secundário com o neutro aterrado garante-se estabilidade de funcionamento.

  • No lado de alta tensão do transformador, o sistema de isolação suporta 57,7% da tensão de linha. Portanto, há uma economia no custo do isolamento do transformador.

    Desvantagens da Conexão Triângulo - Estrela
  • Nesse tipo de conexão, a tensão de linha do secundário é √3 vezes a relação de transformação.

  • A tensão de linha do secundário está adiantada em 30° em relação à tensão de linha do primário.

relação entre delta e zig-zag
Figura 95-32


relação entre tensão linha e tensão fase
Figura 95-33
relação entre tensão linha e tensão fase
relação entre tensão linha e tensão fase

    Após esses esclarecimentos, podemos passar a estudar a matemática das conexões.

        8.1   Matemática da Conexão Estrela - Estrela
    Na conexão estrela-estrela, não há defasamento entre as tensões de linha e fase, conforme mostram os gráficos das Figura 95-17 e Figura 95-19, repetidas abaixo para maior compreensão.
Grafico fases YY
Grafico fases YY
Figura 95-17                       Figura 95-19
    Assim, nesta conexão, para as tensões de linha e fase, são válidas as equações estudadas no item 8 e repetidas abaixo.
relação entre tensão linha e tensão fase
    eq.   95-07
    E, naturalmente, dessa equação podemos concluir que:
relação entre tensão linha e tensão fase
    eq.   95-08
    Cabe salientar que nesta conexão as correntes de linha e fase, tanto primárias como secundárias, são as mesmas. E a corrente primária e a corrente secundária estão relacionadas pela relação de transformação, "a", conforme a eq. 91-03, estudada no Capítulo 91 e repetida abaixo.
equa91-3J.jpg
    eq.   91-03

        8.1   Matemática da Conexão Triângulo - Triângulo
    Na conexão triângulo-triângulo, as tensões de linha e fase são as mesmas. Logo, não há defasamento entre elas. As Figura 95-21 e Figura 95-23, repetidas abaixo, mostram isso com clareza.
Grafico fases YY
Grafico fases YY
Figura 95-21                       Figura 95-23
    Quanto às correntes, os gráficos mostram que a corrente de linha, tanto na primária como na secundária, está 30° atrasada em relação à corrente de fase. Em relação à magnitude, a corrente de linha é a soma fasorial de duas correntes de fase. Dessa forma, será √3 vezes maior que a corrente de fase (mesmo caso mostrado na Figura 95-33). Se a corrente de fase possui um ângulo θF, então a eq. 95-04, estudada no item 7.2, é válida
equa83-15J.jpg
    eq.   95-04
    E a corrente primária e a corrente secundária, tanto a de linha como a de fase, estão relacionadas pela relação de transformação, "a", conforme a eq. 91-03, estudada no Capítulo 91 e repetida abaixo.
equa91-3J.jpg
    eq.   91-03

        8.3   Matemática da Conexão Estrela - Triângulo
    Na conexão estrela-triângulo, tanto no primário como no secundário, a tensão de linha está adiantada em 30° em relação à tensão de fase. E a tensão de fase do primário, também está adiantada em 30° em relação à tensão de fase do secundário. As Figura 95-25 e Figura 95-27, repetidas abaixo, mostram isso com clareza.
Grafico fases YY
Grafico fases D
Figura 95-25                       Figura 95-27
    Matematicamente, o que foi dito acima, pode ser escrito como a eq. 95-13. Observe que essa diferença de fase torna-se relevante quando outro transformador é colocado em paralelo. Nesse caso, deve-se prestar atenção a esse defasamento.
equa83-1J.jpg
    eq.   95-13
    Por outro lado, a conexão estrela-triângulo não apresenta problemas quanto à componente de sequência zero (componente CC e harmônicas múltiplas de 3).

        8.4   Matemática da Conexão Triângulo - Estrela
    Na conexão triângulo-estrela, tanto no primário como no secundário, a tensão de linha está atrasada em 30° em relação à tensão de fase. E a tensão de fase do primário, também está atrasada em 30° em relação à tensão de fase do secundário. Observe que a corrente de linha do primário também está atrasada em 30° em relação à corrente de linha do secundário. As Figura 95-29 e Figura 95-31, repetidas abaixo, mostram isso com clareza.
Grafico fases YY
Grafico fases YY
Figura 95-29                       Figura 95-31
    Matematicamente, o que foi dito acima, pode ser escrito como a eq. 95-14. Observe que essa diferença de fase torna-se relevante quando outro transformador é colocado em paralelo. Nesse caso, deve-se prestar atenção a esse defasamento.
equa95-13J.jpg
    eq.   95-14

        8.5   Matemática da Conexão Zig - Zag
    Nosso objetivo é calcular a tensão de fase do secundário da conexão zig - zag, bem como a tensão de linha. Esses valores devem estar referenciados à tensão de linha do primário por meio da relação de transformação. Inicialmente, vamos calcular a tensão de fase baseando-nos no esquema mostrado anteriormente na Figura 95-32. A Figura 95-34 mostra um "zoom" da tensão de fase, representada por Van. Observando o ângulo de 30° entre os fasores, é possível escrever o valor de Van como a soma da projeção dos fasores Vcn e Vca sobre ele. Dado que, em termos de magnitude, Vcn = Vca, então façamos Vcn = Vca = VFz, onde VFz representa a tensão de fase da configuração zig - zag.
zigzag95-2J.png
Figura 95-34
    Van   =   VFz cos 30° + VFz cos 30°   =   VF (√3/2 + √3/2)
    Efetuando o cálculo, obtemos:
    Van   =   √3 VFz
    eq.   95-15
    Considerando a relação de transformação "a" do transformador, podemos encontrar a relação entre a tensão de fase do secundário da conexão zig - zag, representada por Van, e a tensão de fase do primário do circuito delta, representada por VAN.
    VAN   =   a Van   =   √3 a VFz
    eq.   95-16
    Agora vamos calcular a relação entre a tensão de linha do primário, por exemplo, VAB, e a tensão de fase do secundário do circuito delta, representada por VAN. Representaremos a tensão de linha do primário na conexão delta como V. Como em uma conexão delta conhecemos a relação entre tensão de linha e tensão de fase, dada por V = √3 V = √3 VAN, podemos escrever que:
    V   =   3 a VFz
    eq.   95-17
    Considerando a =1, facilmente concluímos que a tensão de linha da conexão delta é igual a três vezes a tensão de fase da conexão zig - zag.

    9.   Potência em Transformadores Trifásicos
    Uma abordagem possível para o cálculo da potência em um transformador trifásico é considerarmos ele como um conjunto de três transformadores monofásicos conectados de forma adequada. Sabemos que em um transformador monofásico, a potência aparente é o produto entre a tensão aplicada (VF) e a corrente (IF) que flui pelo enrolamento do transformador. Como temos três transformadores monofásicos, para encontrar a potência total basta multiplicar por 3 (três) a potência de cada transformador. Assim, podemos escrever a eq. 95-18 a seguir.
equa95-15J.png
    eq.   95-18
    Como conhecemos a equação que define a potência aparente, podemos estabelecer as equações da potência real ou eficaz e da potência reativa. Para isso, basta determinar o ângulo de defasagem entre a tensão e a corrente, representado por φF. Dessa forma, chegamos às equações eq. 95-19 e eq. 95-20, apresentadas a seguir.
equa95-18J.png
    eq.   95-19
equa95-19J.png
    eq.   95-20

        9.1   Potência na Conexão Delta ou Triângulo
    Vamos analisar um transformador trifásico na conexão delta ou triângulo, conforme mostra a Figura 95-35 a seguir.
circ_delta95-1J.png
Figura 95-35
    Sabemos que nessa conexão a tensão de linha ( VL = VAB = VBC = VCA ) é igual a tensão de fase ( VF = VAB = VBC = VCA ). E a corrente de fase ( IF = IAB = IBC = ICA ) é √3 menor que a corrente de linha ( IL = IA = IB = IC ). Assim, aplicando essas relações na eq. 95-15, obtemos:
    S  =  3 x VL x IL / √3
    Efetuando o cálculo, obtemos a eq. 95-21 a seguir.
equa95-16J.png
    eq.   95-21
    Assim como apresentado anteriormente, a partir da equação da potência aparente, podemos determinar a potência real ou eficaz e a potência reativa ao utilizarmos a tensão de linha e corrente de linha. Esse cálculo segue as equações 95-22 e 95-23, apresentadas a seguir. Note que φL representa o ângulo de defasagem entre a tensão de linha e a corrente de linha.
equa95-29J.png
    eq.   95-22
equa95-21J.png
    eq.   95-23

        9.2   Potência na Conexão Estrela ou Y
    Vamos analisar um transformador trifásico na conexão Estrela ou Y, conforme mostra a Figura 95-36 a seguir.
circ_estrela95-1J.png
Figura 95-36
    Sabemos que nessa conexão a corrente de linha ( IL ) é igual a corrente de fase ( IF ). E a tensão de fase ( VF = VAN = VBN = VCN ) é √3 menor que a tensão de linha ( VL = VAB = VBC = VCA ). Assim, aplicando essas relações na eq. 95-15, obtemos:
    S  =  3 x IL x VL / √3
    Realizando o cálculo, obtemos a eq. 95-21, que é a mesma equação do circuito conectado em delta.
equa95-16J.png
    eq.   95-21
    Naturalmente que nesta configuração, também são válidas as equações eq. 95-22 e eq. 95-23 para o cálculo da potência real ou eficaz e a potência reativa.
    Conclusão
    " Não importa qual seja a configuração da conexão, a potência aparente do transformador trifásico é dada pela eq. 95-21. "