Nos transformadores trifásicos, existe uma diferença de fase entre os fasores
representativos da tensão no enrolamento primário e no enrolamento secundário.
Esse ângulo de diferença de fase depende da ligação dos enrolamentos de cada um dos lados
do transformador e da forma como é construído o enrolamento. Devido a essa diferença de fase,
quando se pretende efetuar o paralelo entre dois transformadores trifásicos usando determinadas conexões, surge a
possibilidade de as tensões no secundário serem iguais em
módulo, mas estarem defasadas entre si, impedindo a realização do paralelo ou obrigando a uma
alteração da ordem de conexão das diferentes fases do secundário de um dos transformadores.
Como o defasamento entre a tensão no primário e no secundário de um
transformador trifásico fica definido no momento da construção (ao se fazer a construção
das bobinas e ao se ligarem os enrolamentos das fases), cada transformador tem na chapa
de característica uma informação sobre aquele ângulo de defasamento, fornecida por meio de
um índice horário (integrando o símbolo de ligação) ou de uma representação em relógio.
No momento da construção das bobinas de um transformador, existem algumas possibilidades de montagem das
bobinas no núcleo desse transformador. Uma forma de montagem das bobinas é mostrada na Figura 96-01.
Nesse caso, a FMM gerada pelo primário dá origem a um fluxo magnético no núcleo com sentido do terminal N
para o terminal A. E no enrolamento secundário, o fluxo magnético tem sentido do terminal a para o terminal n.
Figura 96-01
Outra possibilidade de montagem das bobinas no núcleo desse transformador
é tal que a FMM gerada pelo primário dá origem a um fluxo magnético no núcleo com sentido do terminal N
para o terminal A.
Essa forma de montagem das bobinas é mostrada na Figura 96-02.
E no enrolamento secundário, o fluxo magnético será do terminal n para o terminal a.
Figura 96-02
As duas possibilidades diferentes de montagem apresentadas acima, traduzem-se por duas características
diferentes para a tensão nos terminais da bobina: ou a tensão nos terminais do secundário
está em fase com a tensão primária, ou está em oposição de fase.
Dessa maneira, atribui-se um sentido ao fluxo gerado pela bobina do enrolamento primário e
considera-se que, na coluna do transformador, o fluxo da indução magnética mantém sempre o mesmo sentido.
Assim, verifica-se que, em cada bobina secundária, é necessário associar um sentido para a força eletromotriz
induzida pelo fluxo magnético. Com isso, a tensão que surge nos terminais da bobina secundária fica devidamente caracterizada.
A nomenclatura dos ângulos entre os enrolamentos de um transformador trifásico é determinada a partir
de dois fatores principais: a conexão dos enrolamentos (seja em estrela, triângulo ou combinações mistas) e o
sentido do fluxo magnético gerado durante a construção do equipamento. Durante o processo de fabricação,
define-se a polaridade dos enrolamentos do lado primário, atribuindo-se, assim, um sentido ao fluxo magnético.
Esse mesmo fluxo, ao induzir tensões nos enrolamentos secundários, pode resultar em defasagens angulares
expressas por meio de um índice frequentemente representado em termos de horas em um relógio analógico.
Conforme normas estabelecidas e outras referências técnicas, a representação desse ângulo é padronizada dividindo
os 360° em 12 intervalos iguais, onde cada hora equivale a 30°. Dessa forma, ao identificar a diferença de fase entre
a tensão do enrolamento primário e a tensão induzida no enrolamento secundário, utiliza-se um número inteiro (de 0 a 11)
para expressar a defasagem em incrementos de 30°.
Para quem não está familiarizado com relógios analógicos, a Figura 96-03 ilustra um tipo básico e mostra que o ângulo entre números
consecutivos é de 30°.
Figura 96-03
Por exemplo, se nessa notação temos Dy11,
isso significa que:
A letra D indica que o primário está conectado em triângulo (delta).
A letra y, ao lado direito da letra D, indica que o secundário está conectado em estrela.
O número 11 significa que há uma defasagem de 11 × 30° = 330° em relação a um referencial escolhido,
e que, sob uma convenção de relógio, indica que o secundário está adiantado em 30° em relação ao primário.
Essa nomenclatura permite não só identificar a configuração dos enrolamentos, mas também assegurar a correta
operação do transformador em sistemas onde o paralelo de equipamentos ou a compatibilidade de fases é crítica.
Dessa forma, o índice horário (ou número de relógio) visa padronizar e simplificar a identificação dos ângulos de
defasagem, evitando problemas de incompatibilidade de fase que poderiam levar a curtos-circuitos ou danos aos equipamentos.
Em resumo, a nomenclatura resulta da combinação da configuração física dos enrolamentos (delta, estrela, etc.) e da quantificação
do ângulo de defasagem (medido em múltiplos de 30° e representado pelo índice horário), permitindo uma representação padronizada
e intuitiva dos grupos vetoriais dos transformadores trifásicos.
Já estudamos as possíveis conexões em transformadores trifásicos, sendo as principais: Delta, Estrela e Zig-zag.
Assim, vamos estudar os principais tipos de conexões possíveis, nomenclatura e disposição dos enrolamentos em sistemas trifásicos.
Para representar as tensões no primário, vamos usar índices com letra maiúscula (por exemplo, VAN)
e para as tensões no secundário, usaremos índices com letra minúscula (por exemplo, Van).
A conexão Estrela - Estrela possibilita 6 (seis) tipos diferentes de interconexão, originando 6 (seis)
nomenclaturas, quais sejam: Yy 0, Yy 2, Yy 4, Yy 6, Yy 8 e Yy 10.
Essas diferentes nomenclaturas são resultantes da polaridade e da montagem
dos enrolamentos no núcleo do transformador.
Apresentamos nas Figura 96-04, Figura 96-05 e Figura 96-06, a representação das conexões
Yy 0, Yy 4 e Yy 8. Observe como existe uma permutação cíclica entre as fases do secundário (a - c - b).
Para determinarmos o número que acompanha a parte literal da conexão, devemos
analisar a diferença de fase entre a tensão de fase do primário, VAN, e a tensão de fase do secundário, Van. Será múltiplo de 30°.
Isso permite identificar o número que acompanha a identificação da conexão.
No caso da conexão Yy 0, é visível que VAN e Van estão em fase, ou seja, a diferença de fase é de 0°.
Portanto, 0 acompanha Yy, identificando o tipo de conexão. Zero é representado pelo número 12 em
um relógio analógico. Ou seja, o fasor Van aponta verticalmente para cima.
Figura 96-04Figura 96-05Figura 96-06
No caso da conexão Yy 4, percebe-se que Van está 120° atrasado em relação à VAN.
Dividindo esse ângulo por 30°, obtemos o número que identifica a conexão, ou seja, 4. O fasor Van aponta para o
número 4 em um relógio analógico.
E no caso da conexão Yy 8, percebe-se que Van está 240° atrasado em relação à VAN.
Dividindo esse ângulo por 30°, obtemos o número que identifica a conexão, ou seja, 8. O fasor Van aponta para o
número 8 em um relógio analógico.
Agora, vamos analisar o grupo de conexões identificadas como Yy 2, Yy 6 e Yy 10. Essas conexões
estão representadas nas Figura 96-07, Figura 96-08 e Figura 96-09. Observe que, em relação à tensão de fase do primário,
VAN, nos três casos aparece uma tensão de fase do secundário defasada de 180°,
ocorrendo de forma cíclica (b - a - c).
Figura 96-07Figura 96-08Figura 96-09
No caso da conexão Yy 2, percebe-se que Van está 60° atrasado em relação à VAN.
Dividindo esse ângulo por 30°, obtemos o número que identifica a conexão, ou seja, 2. O fasor Van aponta para o
número 2 de um relógio analógico.
No caso da conexão Yy 6, percebe-se que Van está 180° atrasado em relação à VAN.
Dividindo esse ângulo por 30°, obtemos o número que identifica a conexão, ou seja, 6. O fasor Van aponta para o
número 6 de um relógio analógico.
E no caso da conexão Yy 10, percebe-se que Van está 300° atrasado em relação à VAN.
Dividindo esse ângulo por 30°, obtemos o número que identifica a conexão, ou seja, 10. O fasor Van aponta para o
número 10 de um relógio analógico. Também é possível afirmar que o fasor Van está 60° adiantado
em relação ao fasor VAN.
Para a conexão Yy 0, o enrolamento secundário da fase a deve estar colocado na mesma perna
do núcleo que o enrolamento da fase A do primário. E a polaridade tem que ser aditiva. Nesse caso, não há defasagem
entre as fases das tensões primária e secundária. Por isso, é dito que esse tipo de conexão tem relação de transformação real.
Todos os outros tipos de conexões têm relações de transformação complexas, pois a defasagem difere de zero.
No caso da conexão Yy 4, o enrolamento que deve estar posicionado na mesma perna do núcleo correspondente ao
enrolamento da fase A do primário é a fase c do secundário, conforme mostra a Figura 96-05.
Assim, temos que a tensão de fase do secundário está atrasada em 120°
em relação à tensão de fase do primário. A polaridade também deve ser aditiva.
No caso da conexão Yy 8, o enrolamento que deve estar posicionado na mesma perna do núcleo
correspondente ao enrolamento da fase A do primário é a fase b do secundário, conforme mostra a
Figura 96-06. Assim, temos que a tensão de fase do secundário está atrasada em 240°
em relação à tensão de fase do primário. A polaridade também deve ser aditiva.
As outras três configurações necessitam que os enrolamentos estejam com polaridade subtrativa.
Na conexão tipo Yy 2, o enrolamento secundário da fase b deve estar colocado na mesma perna
do núcleo que o enrolamento da fase A do primário. E a polaridade tem que ser subtrativa. Nesse caso, a tensão de fase do secundário,
Van, está 60° atrasada em relação à tensão de fase do primário, VAN.
Na conexão tipo Yy 6, o enrolamento secundário da fase a deve estar colocado na mesma perna
do núcleo que o enrolamento da fase A do primário. E a polaridade tem que ser subtrativa. Nesse caso, a tensão de fase do secundário,
Van, está 180° atrasada em relação à tensão de fase, VAN, do primário.
Na conexão tipo Yy 10, o enrolamento secundário da fase c deve estar colocado na mesma perna
do núcleo que o enrolamento da fase A do primário. E a polaridade tem que ser subtrativa. Nesse caso,
a tensão de fase do secundário, Van, apresenta um atraso de 300° em relação à tensão de fase do primário,
VAN.
Similar à conexão estrela - estrela, a conexão delta - delta também possui 6 (seis) tipos diferentes de interconexão,
que dão origem a 6 (seis) nomenclaturas: Dd 0, Dd 2, Dd 4, Dd 6, Dd 8 e Dd 10.
Nesse tipo de conexão, a relação de transformação é sempre dada pela relação entre a tensão de linha do primário e a tensão de linha do secundário.
Os tipos de conexão mais utilizados na fabricação são o Dd 0 e Dd 6.
Na Figura 96-10, apresentamos as ilustrações referentes às configurações
Dd 0, Dd 4 e Dd 8. Observe que são similares às conexões Yy. Elas formam um triângulo pelos pontos
A, B e C onde os lados do triângulo representam as tensões de linha do primário VAB,
VBC e VCA. E no secundário, o triângulo é formado pelos pontos
a, b e c, onde os lados do triângulo representam as tensões de linha do secundário Vab,
Vbc e Vca. Traçando as tensões de fase do primário e do secundário, podemos determinar
a nomenclatura correta das conexões.
Figura 96-10
No caso da conexão Dd 0, é visível que VAN e Van estão em fase, ou seja, a diferença de fase é nula.
Portanto, 0 acompanha Dd, identificando o tipo de conexão. Zero é representado pelo número 12 em
um relógio analógico. Ou seja, o fasor Van aponta verticalmente para cima.
No caso da conexão Dd 4, percebe-se que Van está 120° atrasada em relação à VAN.
Dividindo esse ângulo por 30°, obtemos o número que identifica a conexão, ou seja, 4. O fasor Van aponta para o
número 4 de um relógio analógico.
E no caso da conexão Dd 8, percebe-se que Van está 240° atrasada em relação à VAN.
Dividindo esse ângulo por 30°, obtemos o número que identifica a conexão, ou seja, 8. O fasor Van aponta para o
número 8 de um relógio analógico.
Agora, vamos analisar o grupo de conexões identificadas como Dd 2, Dd 6 e Dd 10. Essas conexões
estão representadas na Figura 96-11. Observe que, em relação à tensão de fase do primário,
VAN, nos três casos aparece uma tensão de fase do secundário defasada de 180°,
ocorrendo de forma cíclica (b - a - c).
Figura 96-11
No caso da conexão Dd 2, percebe-se que Van está 60° atrasada em relação à VAN.
Dividindo esse ângulo por 30°, obtemos o número que identifica a conexão, ou seja, 2. O fasor Van aponta para o
número 2 de um relógio analógico.
No caso da conexão Dd 6, percebe-se que Van está 180° atrasada em relação à VAN.
Dividindo esse ângulo por 30°, obtemos o número que identifica a conexão, ou seja, 6. O fasor Van aponta para o
número 6 de um relógio analógico.
E no caso da conexão Dd 10, percebe-se que Van está 300° atrasada em relação à VAN.
Dividindo esse ângulo por 30°, obtemos o número que identifica a conexão, ou seja, 10. O fasor Van aponta para o
número 10 de um relógio analógico.
Para a conexão Dd 0, o enrolamento da tensão de linha do secundário , Vab, deve estar colocado na mesma perna
do núcleo que o enrolamento da tensão de linha do primário, VAB. E a polaridade tem que ser aditiva. Nesse caso, não há defasagem
entre as fases das tensões primária e secundária. Por isso, é dito que esse tipo de conexão tem relação de transformação real.
Todos os outros tipos de conexões têm relações de transformação complexas, pois a defasagem difere de zero.
No caso da conexão Dd 4, o enrolamento que deve estar posicionado na mesma perna do núcleo correspondente ao
enrolamento da tensão de linha do primário, VAB, é o enrolamento da tensão de linha do secundário, Vca,
conforme mostra a Figura 96-10.
Assim, temos que a tensão de linha do secundário está atrasada em 120°
em relação à tensão de linha do primário. A polaridade também deve ser aditiva.
No caso da conexão Dd 8, o enrolamento que deve estar posicionado na mesma perna do núcleo
correspondente ao enrolamento da tensão de linha do primário, VAB, é o enrolamento da tensão de linha
do secundário, Vbc, conforme mostra a
Figura 96-10. Assim, temos que a tensão de linha do secundário está atrasada em 240°
em relação à tensão de linha do primário. A polaridade também deve ser aditiva.
As outras três configurações necessitam que os enrolamentos estejam com polaridade subtrativa.
Na conexão tipo Dd 2, o enrolamento da tensão de linha do secundário, Vbc, deve estar colocado na mesma perna
do núcleo que o enrolamento da tensão de linha do primário, VAB. E a polaridade tem que ser subtrativa. Nesse caso,
a tensão de linha do secundário,
Van, está 60° atrasada em relação à tensão de linha do primário, VAN, conforme mostra a
Figura 96-11.
Na conexão tipo Dd 6, o enrolamento da tensão de linha do secundário, Vab, deve estar colocado na mesma perna
do núcleo que o enrolamento da tensão de linha do primário, VAB. E a polaridade tem que ser subtrativa. Nesse caso,
a tensão de linha do secundário,
Van, está 180° atrasada em relação à tensão de linha do primário, VAN.
Na conexão tipo Dd 10, o enrolamento da tensão de linha do secundário, Vca, deve estar colocado na mesma perna
do núcleo que o enrolamento da tensão de linha do primário, VAB. E a polaridade tem que ser subtrativa. Nesse caso,
a tensão de linha do secundário, Van, apresenta um atraso de 300° em relação à tensão de linha do primário,
VAN.
Para um banco trifásico de transformadores conectados em Delta no primário e em Estrela no secundário, o
ângulo de defasagem entre as tensões de primário e secundário
depende das polaridades e da montagem dos enrolamentos no núcleo
do transformador. Esse tipo de conexão apresenta
relação de transformação complexa e possui 6 (seis) grupos de diagramas
fasoriais, representados por: Dy 1, Dy 3, Dy 5, Dy 7, Dy 9 e Dy 11.
Nos diagramas mostrados abaixo, usamos a tensão de fase do primário, VAN, como referência. Para cada tipo de conexão analisada,
comparamos a fase entre VAN e Van para determinar o ângulo de defasagem. Nesta conexão, sempre haverá uma defasagem
múltipla de 30° entre essas duas tensões. Também é possível notar que, em relação à tensão de fase do primário,
VAN, nos três casos, aparece uma tensão de fase do secundário adiantada em 90° (ou atrasada de 270°),
de forma cíclica (c - b - a).
Figura 96-12
As conexões Dy 1, Dy 5 e Dy 9 são conectadas na configuração subtrativa.
As considerações a seguir estão relacionadas com
os diagramas mostrados na Figura 96-12.
No caso da conexão Dy 1, é visível que Van está atrasada
em 30° em relação à tensão de fase do primário, VAN.
Isso significa que o fasor Van aponta para o número 1 em um relógio analógico. Esse número acompanha
o prefixo Dy, que identifica o tipo de conexão.
No caso da conexão Dy 5, a tensão de fase Van está atrasada
em 150° em relação à tensão VAN. Observe que, nesse caso, o fasor Van aponta para o número 5
em um relógio analógico.
E no caso da conexão Dy 9, a tensão de fase Van está atrasada
em 270° em relação à tensão VAN e o fasor Van aponta para o número 9 em um relógio analógico.
Agora vamos analisar as conexões tipo Dy 3, Dy 7 e Dy 11. Os diagramas fasoriais de cada conexão são mostrados
na Figura 96-13. Esses três tipos de conexões utilizam polaridade aditiva.
Observe que, em relação à tensão de fase do primário,
VAN, nos três casos, aparece uma tensão de fase do secundário, atrasada em 90°,
também de forma cíclica (a - c - b).
Figura 96-13
No caso da conexão Dy 3, temos Van atrasado
em 90° em relação à tensão de fase do primário, VAN.
Isso significa que o fasor Van aponta para o número 3 em um relógio analógico. Esse número acompanha
o prefixo Dy, que identifica o tipo de conexão.
No caso da conexão Dy 7, a tensão de fase Van está atrasada
em 210° em relação à tensão VAN. Observe que, nesse caso, o fasor Van aponta para o número 7
em um relógio analógico.
E no caso da conexão Dy 11, a tensão de fase Van está atrasada
em 330° em relação à tensão VAN e o fasor Van aponta para o número 11 em um relógio analógico.
Também podemos afirmar que, nessa configuração, Van está adiantada em 30° em relação à VAN.
Para a conexão Dy 1, o enrolamento da tensão de fase do secundário, Van, deve estar colocado na mesma perna
do núcleo que o enrolamento da tensão de linha do primário,VCA. E a polaridade deve ser subtrativa. Dessa forma,
obtemos Van atrasada em 30° em relação à tensão de fase do primário, VAN. Os outros enrolamentos
seguem a seguinte disposição no núcleo do transformador: Vbn ⇒ VAB e Vcn ⇒ VBC.
Para um maior entendimento, mostramos na Figura 96-14 uma ilustração de como são conectados
os enrolamentos da conexão Dy 1. Observe a utilização da conexão subtrativa. Caso tenha interesse em relembrar essa configuração,
estudada no capítulo 78, acesse Acoplamento e Indutância Mútua. Veja a Figura 78-02.
Figura 96-14
No caso da conexão Dy 5, o enrolamento que deve estar posicionado na mesma perna do núcleo correspondente ao
enrolamento da tensão de linha do primário, VAB, é o enrolamento da tensão de fase do secundário, Van.
Assim, a tensão de fase do secundário está atrasada em 150°
em relação à tensão de fase do primário. A polaridade também deve ser subtrativa.
Os outros enrolamentos
seguem: Vbn ⇒ VBC e Vcn ⇒ VCA.
No caso da conexão Dy 9, o enrolamento da tensão de fase do secundário, Van, deve estar colocado na mesma perna
do núcleo que o enrolamento da tensão de linha do primário, VBC.
Assim, temos que a tensão de fase do secundário está atrasada em 270° (ou adiantada de 90°)
em relação à tensão de fase do primário. A polaridade também deve ser subtrativa.
Os outros enrolamentos seguem a seguinte disposição no núcleo do transformador:
Vbn ⇒ VCA e Vcn ⇒ VAB.
Observe que, nos três tipos de conexões acima, todas as tensões
de fase do secundário estão 180° defasadas em relação às respectivas tensões de linha do primário, justificando a
configuração subtrativa. Observando a Figura 96-10, podemos concluir essa afirmação.
As outras três configurações necessitam que os enrolamentos estejam com polaridade aditiva.
Na conexão tipo Dy 3, o enrolamento da tensão de fase do secundário, Van, deve estar instalada na mesma perna
do núcleo que o enrolamento da tensão de linha do primário,VBC. E a polaridade tem que ser aditiva. Nesse caso,
a tensão de fase do secundário, Van, está 90° atrasada em relação à tensão de fase do primário,
VAN.
Os outros enrolamentos estão dispostos assim:
Vbn ⇒ VCA e Vcn ⇒ VAB.
Na conexão tipo Dy 7, o enrolamento da tensão de fase do secundário, Van, deve estar colocado na mesma perna
do núcleo que o enrolamento da tensão de linha do primário, VCA. E a polaridade tem que ser aditiva. Nesse caso,
a tensão de linha do secundário, Van, está 210° atrasada em relação à tensão de
fase do primário, VAN.
Os outros enrolamentos estão dispostos assim:
Vbn ⇒ VAB e Vcn ⇒ VBC.
Na conexão tipo Dy 11, o enrolamento da tensão de fase do secundário, Van, deve estar colocado na mesma perna
do núcleo que o enrolamento da tensão de linha do primário, VAB. E a polaridade tem que ser aditiva. Nesse caso,
a tensão de linha do secundário, Van, apresenta um atraso de 330° (ou 30° adiantado) em relação à tensão de fase do primário,
VAN.
Os outros enrolamentos estão dispostos assim:
Vbn ⇒ VBC e Vcn ⇒ VCA.
Observe que, nos três tipos de conexões acima, todas as tensões
de fase do secundário estão em fase em relação às respectivas tensões de linha do primário, justificando a
configuração aditiva. Observe a Figura 96-11.
Para um banco trifásico de transformadores conectados em Estrela no primário e em Delta no secundário, o
ângulo de defasagem entre as tensões de primário e secundário
depende das polaridades e da montagem dos enrolamentos no núcleo
do transformador. Esse tipo de conexão apresenta
relação de transformação complexa e possui 6 (seis) grupos de diagramas
fasoriais, representados por: Yd 1, Yd 3, Yd 5, Yd 7, Yd 9 e Yd 11.
Nos diagramas mostrados abaixo, usamos a tensão de fase do primário, VAN, como referência. Para cada tipo de conexão analisada,
comparamos a fase entre VAN e Van para determinar o ângulo de defasagem. Nesta conexão, sempre haverá uma defasagem
múltipla de 30° entre essas duas tensões.
Figura 96-15
As conexões Yd 1, Yd 5 e Yd 9 são conectadas na configuração aditiva. Por exemplo, na
conexão Yd 1, o fasor da tensão de linha do secundário, Vab, está em fase com o fasor da tensão
de fase do primário, VAN. O mesmo ocorre para Vbc e VBN, bem como em Vca
e VCN. Dessa forma, está justificada a configuração aditiva. E, de forma similar, para as conexões Yd 5
e Yd 9.
As considerações a seguir estão relacionadas com os diagramas mostrados na Figura 96-15.
No caso da conexão Yd 1, é visível que a tensão de fase do secundário, Van, está atrasada
em 30° em relação à tensão de fase do primário, VAN.
Isso significa que o fasor Van aponta para o número 1 em um relógio analógico. Esse número acompanha
o prefixo Yd, que identifica o tipo de conexão.
No caso da conexão Yd 5, a tensão de fase do secundário,Van, está atrasada
em 150° em relação à tensão VAN. Observe que, nesse caso, o fasor Van aponta para o número 5
em um relógio analógico.
E no caso da conexão Yd 9, a tensão de fase do secundário, Van, está atrasada
em 270° em relação à tensão VAN e o fasor Van aponta para o número 9 em um relógio analógico.
A seguir, as conexões Yd 3, Yd 7 e Yd 11 são conectadas na configuração subtrativa.
Por exemplo, na
conexão Yd 3, o fasor da tensão de linha do secundário, Vab, está em oposição de fase ao fasor da tensão
de fase do primário, VCN. O mesmo ocorre para Vbc e VAN, bem como em Vca
e VBN. Dessa forma, está justificada a configuração subtrativa. E, de forma similar, para as conexões Yd 7
e Yd 11.
As considerações a seguir estão relacionadas com os diagramas mostrados na Figura 96-16.
Figura 96-16
No caso da conexão Yd 3, percebe-se que a tensão de fase do secundário, Van, está atrasada
em 90° em relação à tensão de fase do primário, VAN.
Isso significa que o fasor Van aponta para o número 3 em um relógio analógico. Esse número acompanha
o prefixo Yd, que identifica o tipo de conexão.
No caso da conexão Yd7, a tensão de fase do secundário,Van, está atrasada
em 210° em relação à tensão VAN. Observe que, nesse caso, o fasor Van aponta para o número 7
em um relógio analógico.
E no caso da conexão Yd 11, a tensão de fase do secundário, Van, está atrasada
em 330° (ou 30° adiantada) em relação à tensão VAN e o fasor Van aponta para o
número 11 em um relógio analógico.
As conexões Yd 1, Yd 5 e Yd 9 são conectadas na configuração aditiva.
Para a conexão Yd 1, o enrolamento da tensão de linha do secundário, Vab, deve ser instalado na mesma perna
do núcleo que o enrolamento da tensão de fase do primário, VAN. Dessa forma,
obtemos Van atrasada em 30° em relação à tensão de fase do primário, VAN. Os outros enrolamentos
seguem a seguinte disposição: Vbc ⇒ VBN e Vca ⇒ VCN.
No caso da conexão Dy 5, o enrolamento que deve estar posicionado na mesma perna do núcleo correspondente ao
enrolamento da tensão de fase do primário, VAN, é o enrolamento da tensão de linha do secundário, Vca.
Assim, a tensão de fase do secundário está atrasada em 150°
em relação à tensão de fase do primário.
Os outros enrolamentos
seguem: VBN ⇒ Vab e VCN ⇒ Vbc.
No caso da conexão Dy 9, o enrolamento da tensão de linha do secundário, Vbc, deve estar colocado na mesma perna
do núcleo que o enrolamento da tensão de fase do primário, VAN.
Assim, temos que a tensão de fase do secundário está atrasada em 270° (ou adiantada de 90°)
em relação à tensão de fase do primário.
Os outros enrolamentos
seguem: VBN ⇒ Vca e VCN ⇒ Vab.
As outras três configurações, a seguir, necessitam que os enrolamentos estejam com polaridade subtrativa.
Na conexão tipo Dy 3, o enrolamento da tensão de fase do secundário, Vbc, deve estar instalada na mesma perna
do núcleo que o enrolamento da tensão de linha do primário,VAN. Nesse caso,
a tensão de fase do secundário, Van, está 90° atrasada em relação à tensão de fase do primário,
VAN.
Os outros enrolamentos estão dispostos assim:
VBN ⇒ Vca e VCN ⇒ Vab.
Na conexão tipo Dy 7, o enrolamento da tensão de linha do secundário, Vab, deve estar colocado na mesma perna
do núcleo que o enrolamento da tensão de fase do primário, VAN. Nesse caso,
a tensão de linha do secundário, Van, está 210° atrasada em relação à tensão de
fase do primário, VAN.
Os outros enrolamentos estão dispostos assim:
VBN ⇒ Vbc e VCN ⇒ Vca.
Na conexão tipo Dy 11, o enrolamento da tensão de linha do secundário, Vca, deve estar colocado na mesma perna
do núcleo que o enrolamento da tensão de fase do primário, VAN. Nesse caso,
a tensão de linha do secundário, Van, apresenta um atraso de 330° (ou 30° adiantado) em relação
à tensão de fase do primário, VAN.
Os outros enrolamentos estão dispostos assim:
VBN ⇒ Vab e VCN ⇒ Vbc.